"Dizes que numa relação temos que ser nós e nós próprios, nós em primeiro, sem grandes entregas, para que resulte. E acreditas nisso até ao dia. Até ao dia em que alguém entra pela tua vida e se vai deixando ficar. E vai espalhando sentimentos no coração que, sendo teu, se torna cada vez mais vosso. E vai permanecendo nas memórias que constrói, nos beijos que te dá, na forma como te toca no teu corpo. E quando dás por isso, já não és mais tu. És a pessoa que ele ama. És a pessoa que construíram juntos, és uma pessoa que é também uma mistura dele, como as roupas de ambos misturadas no chão do quarto, como os corpos que não se distinguem quando a tua já vai alta, como os beijos sem princípio nem fim que se trocam, como as palavras que já não se sabe quem disse a quem, quem disse o quê ou quem disse primeiro. E a tua rotina já não é só tua. E os dias já não são só teus. E o teu coração já não está a salvo, bem guardado, junto do peito. Está bem melhor. Está lá fora, aninhado no coração dele, num amor que é dos dois. E eu só te desejo que um dia sintas o coração a fugir-te do peito e o deixes ir. Porque é dos maiores riscos que vêm as melhores concretizações"

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